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15 de mar. de 2025

Nekajui: um jardim secreto à beira do Pacífico

A mysteriously smiling woman covers her face with a newspaper

Primeiras impressões de um paraíso recém-despertado na Costa Rica

Ser um dos primeiros a fotografar o Nekajui, recém-inaugurado na exuberante Península de Papagayo, foi como receber uma tela em branco no meio da floresta tropical da Costa Rica. Um refúgio onde o luxo encontra a alma da natureza, e cada detalhe — da arquitetura às experiências sensoriais — revela um novo capítulo de um jardim ainda em flor.

Black and white photo of a smiling woman
Black and white photo of a smiling woman
Black and white photo of a smiling woman

Um paraíso recém-inaugurado no coração da natureza

Há algo mágico em chegar a um lugar que ainda guarda o frescor da inauguração — como se a natureza ainda estivesse sussurrando aos poucos os seus encantos, antes que o mundo todo os descubra. Foi exatamente essa a sensação ao cruzar pela primeira vez a ponte suspensa que liga as alas do Nekajui, a Ritz-Carlton Reserve, na Península de Papagayo, na Costa Rica.

O nome, de origem indígena local, significa lush garden — e é difícil encontrar definição mais precisa. Ali, o luxo não se impõe; ele brota, cresce, envolve. Em meio à floresta tropical intacta, com vista para uma baía de águas quentes e cristalinas, o Nekajui é um santuário onde o requinte encontra o silêncio da natureza.

Fui convidado para estar entre os primeiros fotógrafos e criadores de conteúdo a vivenciar esse refúgio. O hotel havia sido inaugurado há apenas duas semanas. Nada ali ainda havia sido completamente revelado ao mundo. Nenhuma imagem anterior para guiar o olhar. Era como criar com os olhos frescos de quem vê algo nascer — o que, para mim, é um dos maiores privilégios da criação visual.

Onde o luxo encontra as raízes

A primeira impressão já anuncia que você está entrando em algo especial. A recepção é como uma casa de engenho antiga — portas de madeira maciça com mais de 300 anos, vigas que contam histórias, uma árvore centenária posicionada com precisão em frente à entrada, como guardiã do que está por vir.

Os quartos seguem o mesmo espírito: generosos, elegantes e integrados à mata. Lençóis impecáveis, banheiros que mais parecem spas privados, uma varanda de frente para o Pacífico. O conforto está em cada detalhe, mas o hotel nunca deixa você esquecer onde está: na Costa Rica, no meio de um jardim tropical pulsante, de cultura rica e natureza indomável.

Apesar de estar no alto de um penhasco com vistas de tirar o fôlego, tudo ali é pensado para facilitar — inclusive um bondinho (estilo os de Lisboa) que te leva suavemente do topo do hotel até o beach club na praia. Em um minuto, você sai do mirante para pisar na areia, sem escadarias, carrinhos ou perrengues. Isso sim é luxo inteligente.

Uma viagem dentro da viagem: a gastronomia

Durante os quatro dias que passamos ali, eu e a Layla enfrentamos um dilema absolutamente insolúvel: escolher onde jantar. O hotel oferece tantas opções incríveis — de um restaurante peruano sofisticado a um beach club com assinatura de chef português, passando por um café charmoso e uma sorveteria artesanal — que nossa maior dúvida do dia era justamente essa. Em certo ponto, confesso, chegamos a cogitar almoçar três vezes só para não deixar nenhum sabor de fora.

A comida no Nekajui não é apenas excelente — ela conta histórias. De ingredientes locais transformados com criatividade a pratos internacionais com sotaque caribenho, tudo ali é uma viagem sensorial.

Selva viva, olhos atentos

Um dos momentos mais marcantes foi a wilderness exploration organizada pelo próprio hotel. Com um guia especializado, binóculos e lupas em mãos, adentramos uma reserva florestal da Península de Papagayo. A trilha era viva, vibrante. Vimos macacos, dezenas de espécies de pássaros, plantas raras — uma verdadeira aula de ecologia ao ar livre.

E no meio da mata fechada, veio um dos momentos mais inesperados e memoráveis da viagem: nosso guia nos ensinou a imitar o som do macaco-urrador, típico da região, para tentar atraí-lo. E lá estava eu, no meio da selva costarriquenha, soltando urros em busca de um encontro selvagem. Um momento aleatório, cômico e absolutamente inesquecível — e que, pra nossa alegria, funcionou: conseguimos observar o animal com clareza pelo binóculo, como se ele tivesse aceitado o convite.

Esses pequenos absurdos cotidianos são, talvez, o que eu mais gosto no meu trabalho. Terças-feiras inusitadas, encontros improváveis, lembranças que nunca seriam possíveis dentro de uma rotina comum. É isso que faz tudo valer — e torna cada viagem, cada clique, cada história, tão única.

Um clife com alma e um spa com vista de cinema

No alto do penhasco, além da vista arrebatadora, está o spa — um dos mais especiais que já conheci. Fiz uma massagem sensorial com vista direta para o oceano, no ritmo das ondas e do vento. Foi o tipo de experiência que faz o tempo parar.

E ali perto, como um segredo bem guardado, fica o bar em forma de casa na árvore, onde o pôr do sol se transforma em espetáculo diário. A cada fim de tarde, a luz dourada invade o ambiente e tudo ali parece fazer sentido.

Um privilégio em forma de trabalho

Trabalhar com a Rede Marriott, especialmente em projetos como esse da Ritz-Carlton Reserve, é um daqueles presentes que a vida dá para quem ama o que faz. Ser um dos primeiros a fotografar e criar para o Nekajui, sem nenhuma referência anterior, foi como receber uma tela em branco no lugar mais inspirador do mundo.

Essa experiência me lembrou por que escolhi contar histórias através da imagem — e agora, também através da palavra. O Nekajui é mais que um hotel: é um manifesto de integração entre sofisticação, identidade local e respeito pela natureza. Um verdadeiro jardim secreto que floresce entre o céu e o mar da Costa Rica.